Vera Barbosa

A maioria das coisas importantes que aprendo vêm de dentro, e não de fora de mim.

Textos

O cuscuz e a berinjela

Era para ter sido uma união feliz, tinha tudo para dar certo, mas não foi. Tudo por causa de um ossinho voador.
Explico. Fui almoçar num restaurante self-service perto de casa, que já frequento há algum tempo. Sempre gostei de lá, pois há uma grande variedade de vegetais, legumes crus, refogados, purês de legumes, várias frutas, doces, além do tradicional arroz feijão e carnes. Mas, como sou vegetariana, passo longe desses pratos. Hoje fui lá e vi um cuscuz que parecia não ter nenhum tipo de carne e decidi:
- pego só um pedacinho, se sentir gosto de carne ou peixe, não como.
Fiz o prato, me sentei e ataquei primeiro o cuscuz, que não comia há muito tempo. Na primeira garfada, foi só alegria. Nada de carne. Já na segunda, algo duro como pedra quase me quebra o dente.  Tirei e olhei. Parecia uma lasquinha de osso de frango, com pouco mais de meio centímetro de comprimento, uns dois milímetros de largura, terminando numa pontinha.
Chamei o rapaz que atendia, perguntei se tinha frango no cuscuz, e mostrei a ele o – até então – objeto não identificado. Ele foi à cozinha e veio me dizer que não, que era peixe. Eu lhe disse que peixe não tinha osso, pelo menos não como aquele, e que eu gostaria de saber o que era aquilo. Ele perguntou se podia levar à cozinha, e eu autorizei.
Quando voltou, disse que, quando estavam cortando a berinjela, o ossinho “voou” em cima dela e foi parar no cuscuz, e me pediam desculpas.
Não contive o riso, fiquei imaginando um fujão pedacinho de osso de frango “voando” e indo cair em cima de uma berinjela. Foi a desculpa mais esfarrapada que já ouvi. Aí juntei as coisas e defini a coisinha que quase me quebrara o dente: era um objeto voador não identificado, ou seja, um OVNI.
Primavera Azul
Enviado por Primavera Azul em 21/08/2011


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